Página do diário de 11 de Abril de 2563
Segunda, 11 de Abril de 2563
Querido diário,
Estou grata pelo presente. Existem viagens no tempo, naves espaciais que navegam entre galáxias, teletransporte dentro do planeta Terra, o dinheiro foi extinto, implementamos um modelo social e económico que matou a pobreza e outros problemas como toxicodependência, alcoolismo e outras patologias aditivas, a saúde está extremamente evoluída, o cancro é facilmente tratado como se de uma mera constipação se tratasse, é espetacular ter nascido nesta altura. Temos modos infinitos de nos entreter e aprender, nunca estamos aborrecidos.
Hoje de manhã vou até 2020 ver a COVID-19 a surgir no mundo e observar o caos que se instalou nos hospitais, centros de saúde e ver a maneira como isto moldou a sociedade da época.
Durante a tarde vou ver uma sapada. A sapada faz parte da nossa cultura há umas boas décadas, apesar de ser polémico. Pegam num sapo e metem num recinto enquanto uns anões cavalgam em póneis e vão espetando uns palitos no dorso. É tão lindo ver os póneis imponentes e bem vestidos, ver os anões com as vestimentas características deste evento de classe. Há quem diga que isto é torturar o sapo, mas eu não acho. É arte, é cultura, enriquece a mente. Depois vêm também os fuckados, que atraem o sapo com moscas e depois agarram-no todos e dominam a fera.
Na verdade, o sapo nem sente dor, eles têm uma mucosa protetora e os palitos não causam nenhum dano. Se não houvesse as sapadas, os sapos nem sequer existiam, só são criados de propósito para as sapadas. E as coxas deles são tão boas, adoro comer uma churrascada de coxinhas de sapo.
Vai ser um dia bom, estou muito feliz. Oops, acabou de me cair um braço. Que chatice, já me estragou o dia.